3 de mar. de 2010

Unesp apura denúncia de sexo explícito em festa de recepção de alunos em SP

Casal praticou sexo em sofá na frente de várias pessoas em Araçatuba.
Universidade tenta identificar envolvidos para estudar medidas a aplicar.

A direção da Unesp de Araçatuba, no interior de São Paulo, vai apurar a denúncia de sexo explícito em uma festa em uma boate promovida pelos veteranos, na noite de segunda-feira (1º), para receber os calouros dos cursos de odontologia e veterinária.

Leia matéria completa aqui.

OOOHHH, agora as faculdades resolveram abrir os olhos.

Puta hipocrisia, sempre aconteceu isso em qualquer faculdade, particular ou pública, é trote, é sexo, é bebida, é droga.

Agora vem com puritanismo.

Bando de filhos da puta.

4 de fev. de 2010

Proteste você também

PELO DIREITO OLÍMPICO DE SE ESTUDAR E PESQUISAR ESTUDOS OLÍMPICOS NO BRASIL

POR KATIA RUBIO, professora da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo

Desde que ingressei na Universidade de São Paulo como docente fui posta à prova em um processo seletivo, três concursos, além das bancas de mestrado, doutorado e livre docência.

Essa é a razão de ser da vida acadêmica. Sem contar na participação dos inúmeros editais que concederam auxílios ou bolsas aos projetos de pesquisa que desenvolvo. Com isso quero dizer que estou acostumada a ser avaliada e julgada de forma quase que ininterrupta há muitos anos.

Penso que aceitei o desafio da vida acadêmica porque fui criada e educada dentro do esporte. Aprendi ao longo da minha vida esportiva que o sucesso é o resultado de um processo que envolve dedicação, disciplina, determinação e que perder e ganhar faz parte do jogo. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar, já cantava Elis. Tive a felicidade de contar com excelentes professores e técnicos que apontavam a todo instante a fundamentação ética dessa atividade, sem necessariamente evocar essas palavras.

Talvez venha daí o meu compromisso como pesquisadora e educadora: tive grandes mestres que adotaram uma pedagogia mimética e me inspiraram a fazer o mesmo.

Quando me dediquei ao estudo, ensino e pesquisa da Psicologia do Esporte e dos Estudos Olímpicos os fiz porque tinha a convicção da importância que esse fenômeno representa para a sociedade. Isso não é nenhuma novidade, uma vez que Thomas Arnold, no século XIX já havia observado essa possibilidade na sociedade inglesa da época e pautando-se nessa convicção fundou a Rugby School. Dessa experiência pedagógica resultou a obra Tom Brown’s Schooldays. Hughes foi aluno de Thomas Arnold na escola de Rugby, marco da institucionalização do esporte nas escolas inglesas, e na obra Tom Brown’s relatou de forma romanesca e apaixonada o cotidiano e as preocupações de uma pedagogia pelo esporte. Essa foi uma das obras que inspirou o Barão Pierre de Coubertin a edificar seu ideário olímpico, tema central dessa manifestação.

O estudo do fenômeno olímpico me inspira de diferentes formas, seja por seus aspectos macro que envolve a história, bem como as questões sociais e filosóficas, até seu âmbito mais específico relacionado basicamente à psicodinâmica do atleta e das equipes esportivas. Entendo que reside na compreensão desse continun – sujeito-sociedade – o sucesso de uma intervenção que não é apenas clínica, mas essencialmente social.

Vejo "milagres" sociais serem operados por meio do esporte, e não apenas o olímpico, mas afirmo que é o esporte olímpico que fornece muitos grandes exemplos para que milhões de crianças desenvolvam o desejo do vir a ser. E é nisso que eu aposto minhas fichas, minha energia de vida e meu vigor acadêmico: no estudo do fenômeno olímpico e em suas reverberações em diferentes indivíduos, sejam eles crianças ou adultos, que se refletirão nos movimentos da sociedade de forma mais ampla.(...)

(...)Há anos estamos trabalhando na realização de projetos de educação olímpica em consonância com o pensamento de Pierre de Coubertin. Pensei que a realização dos Jogos Olímpicos no Brasil fosse o momento oportuno e privilegiado para multiplicarmos essas ações que já ocorrem dentro de uma perspectiva de educação não-formal e informal. Nós da área acadêmica temos essa estranha mania de ter fé na vida e acreditar em coisas improváveis ou mesmo impossíveis.

Na última quinta-feira, 28 de janeiro de 2010 tomei contato com um documento do Comitê Olímpico Brasileiro que me informa que devo recolher o livro Esporte, educação e valores olímpicos. Essa notícia além de me surpreender me causou enorme espanto por conta das alegações utilizadas para tal. Conforme o documento "o uso dos termos ‘olímpico’, ‘olímpica’, ‘olimpíada’, ‘Jogos Olímpicos’ e suas variações… são de uso privativo do Comitê Olímpico Brasileiro no território brasileiro."

Voltamos ao tempo da Inquisição onde apenas os iniciados poderiam fazer parte dos mistérios e os livros e publicações indexados deveriam ser expurgados impingindo aos descuidados o calor das chamas das fogueiras? É sempre bom lembrar que Hitler também fez suas escolhas de obras indexadas e termos permitidos.

O livro Esporte, educação e valores olímpicos foi gestado muito antes do anúncio da candidatura do Rio de Janeiro, uma vez que não tínhamos em nosso país nenhuma obra dedicada aos jovens para tratar do tema Olimpismo. Criei também um guia didático para uso dos professores em sala de aula apontando como usar o material como tema transversal, aproximando assim nossa tão desrespeitada educação física escolar de disciplinas "nobres" como a língua portuguesa, história, geografia, biologia etc.

Como diria Luther King "I have a dream" e continuarei a tê-lo, independente da ação do COB. Meu sonho continua vinculado ao país que tenho e ao país que desejo ter, e como o esporte pode contribuir para essa realização.

Publicar livros é dever de ofício de pesquisadores, principalmente das ciências humanas, e esse último é mais um entre os muitos que ainda pretendo publicar sobre o tema olímpico. Tenho um livro no prelo sobre as Mulheres Olímpicas Brasileiras. Que faço diante disso? Nomeio o inominável ou deixo que pisem as flores de meu jardim como no poema em homenagem a Maiakovsky?

"[...]
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.
[...]"

Conto com o apoio de todos aqueles que estudam, pesquisam, ensinam e publicam sobre Olimpismo, Educação olímpica, Valores olímpicos, Ideais olímpicos, Imaginário olímpico, os deuses olímpicos não atletas, os heróis olímpicos de hoje e da Antiguidade para que essa forma de censura não se abata sobre nossas produções, para que prevaleça a liberdade de pesquisa e de expressão e para que o conhecimento possa chegar a toda a sociedade, saindo dos círculos restritos da universidade e contribuindo para uma sociedade mais justa e um país melhor.

Se de alguma forma essa notícia também lhe causa perplexidade escreva para:

carlos.nuzman@cob.org.br

andre.richer@cob.org.br

presidência@cob.org.br

e manifeste sua opinião.

A Família Olímpica

POR GUSTAVO PIRES, professor da Universidade Técnica de Lisboa

Há pessoas que no âmbito do Movimento Olímpico se julgam no direito de decidir quem pode e quem não pode dedicar-se ao estudo e à investigação das questões do Olimpismo. Na sua profunda ignorância e pesporrência estão convencidos que são proprietários de algo que os transcende. Quer eles queiram quer não, o Olimpismo é propriedade da Humanidade e não de uma qualquer casta que numa atitude profundamente xenófoba se gosta de chamar a si própria de "família olímpica".

Em Portugal, os dirigentes do Comité Olímpico de Portugal (COP) também se julgavam no direito de decidir quem podia ou não utilizar as palavras olímpico, Olimpismo ou, entre outras, Jogos Olímpicos, convencidos de que eram proprietários não só dos conceitos em si, como das próprias palavras que pertencem, como qualquer pessoa de bom senso sabe, à língua portuguesa e aos seus falantes.

Em conformidade, pretenderam acabar com uma organização de seu nome Fórum Olímpico de Portugal.

Para o efeito, contrataram um dos maiores escritórios de advogados do país mas o tiro saiu-lhes pela culatra.

Os Tribunais portugueses decidiram que a lei não lhes concedia o monopólio do uso das palavras pelo que o Fórum Olímpico de Portugal continua de boa saúde a produzir conhecimento na área do Olimpismo.

Entretanto, tomamos conhecimento que o Comité Olímpico Brasileiro (COB) quer obrigar uma investigadora da Universidade de São Paulo de seu nome Kátia Rúbio que investiga e publica há vários anos sobre a problemática do Olimpismo, a recolher o seu último livro intitulado "Esporte, Educação e Valores Olímpicos"! Tal como cá, os caras lá do Brasil também se julgam proprietários das palavras olímpico, olímpica, olimpíada, Jogos Olímpicos e suas variações...!!!

Há uns anos, tivemos a oportunidade de assistir no Rio de Janeiro a uma conferência sobre Olimpismo proferida precisamente pelo presidente do COB.

O que a generalidade das pessoas no fim da conferência comentou foi que o cara falou de dinheiro, de muito dinheiro, de marketing, de investimentos e de todos os termos possíveis e imaginários na área económica e financeira, contudo, ninguém o ouviu falar de Olimpismo, de valores do desporto, de educação ou de desenvolvimento humano.

O problema é que, como a generalidade dos dirigentes do Movimento Olímpico não fala sobre o Olimpismo e os seus valores, quer obrigar os outros a fazer o mesmo.

Não poderá Lula da Silva meter o sujeitinho na ordem.

Em Portugal foram os Tribunais através dos doutos acórdãos dos juízes que o fizeram.

O processo pode ser consultado em: www.forumolimpico.org

Veja mais em http://cev.org.br/, de onde este blog extraiu os dois escritos acima.

Por Juca Kfouri às 01h19

Copy / Paste direto e revoltante.